Pensamentos escritos em noites frias

Friday, October 29, 2004

Estou triste,

Mas não no sentido mais conhecido, abrangente, da palavra, uma espécie de mistura entre depressão e sentimentos sombrios, amargura ou receio. Hoje, ao voltar para casa, andando na Paulista, ao mesmo tempo, passei a me entristecer e a mergulhar dentre pensamentos e sensações tristes de solidão, me amendrontava, o que me deixou cabisbaixo e pensativo, e foi então, percebendo a inexistência de uma outra crise existencialista em mim, comecei a confabular sobre o que me deixa assim. Concluí que os fatores cujas causas e consequências, supostamente, me entristecem não são os causadores e conseqüentes desses sentimentos em mim, a principal questão está diretamente ligada a comoção e inércia com a qual eu sou obrigado a enfrentar todas essas variáveis exógenas, as quais eu não tenho como mensurar antes de sentí-las, é como se eu fosse obrigado a aceitar tudo o que me acontece sem possuir nenhum controle sobre a minha própria vida, como se as decisões por mim tomadas não alterassem em nada o rumo pelo qual a minha própria vida flui, e isso é o que me deixa nesse estado de consciência...

Monday, October 25, 2004

A fuga da realidade momentânea.
Em alguns momentos nas nossas vidas, eu acredito que a gente passapor alguns lapsos na teoria do Espaço-Tempo. Na semana que antecede essa do meu post, aconteceu algo parecido comigo. Estava eu, andando por mais uma sombria e solitária avenida movimentada, me deparei com algo estranho, em um dos pontos de ônibus pelos quais passei, lá estava Ela, era estranho, foi estranho, ao mesmo tempo, eu sabia sobre a impossibilidade de isto estar acontecendo, uma parte de mim dizia sim, era verdade, Ela estava ali, na minha frente, e naqueles milésimos de segundos que durou um passo, o tempo de eu passar por ela sem ser notado, durou uma eternidade na minha mente, como se eu tivesse derrubado o fardo dos sentimentos e me libertado do sofrimento e angústia que tem tornado os meus, antes, felizes dias em tristeza e escuridão. Aquela garota que estava naquele lugar, no exato instante, não comensura o que fez pra mim, a alegria que trouxe ao meu tão dislacerado coração. Por uma fração de segundo eu vivi tempos felizes, e isso me leva a crer que o que realmente importa, não é quanto tempo você passa ao lado de determinada pessoa, mas sim, o quão especial é esse momento, eu posso nunca mais encontrar essa garota, nem é da minha vontade isso, mas a sensação que ela me fez sentir, vai ficar dentro de mim.


Eu acho que a maioria de vocês não entenderá o que eu disse ou, na verdade, o que eu quiz dizer, mas se ao menos uma pessoa compreender, me dou por satisfeito.


Monday, October 18, 2004

Hoje não venho aqui para falar de sentimentos,
não venho aqui fazer apologia ao uso dos métodos científicos,
não venho declamar uma poesia minha ou cantar um soneto,
hoje venho fazer uma crítica,
uma crítica do tipo com intuito de ovacionar uma equipe inteira,

eu gostaria de parabenizar toda a equipe responsável pelo caderno EU do jornal Valor Econômico, a publicação da sexta-feira que se passou é, demasiadamente, fantástica, um conjunto de matérias e artigos exuberantes que foram arranjados de maneira primordiosa, sobre temas atuais e importantes ao nosso contexto sócio-econômico-cultural. Num contexto em volto a queda do Muro de Berlim. Adorei tê-los lido, agora vocês conseguiram um fiel leitor, que é muito exigente e crítico.


Lendo um dos artigos, me deparei com uma surpreendente citação de um dos meus maiores ídolos, o pai dos economistas modernos, Adam Smith, num primeiro momento, eu só conhecia a obra analítica do autor, falando sobre as ciências econômicas, mas durante essa leitura me deparei com o seguinte trecho "Adam Smith. Em "Teoria dos Sentimentos Morais" de 1759, ele anota que todo cavalheiro gentilhomem, sabendo-se vigiado pelo olhar do outro, interioriza este olhar sob a forma de uma disposição permanente para comportar-se segundo normas legítimas - é a chamada culpa dos prazeres inconfessáveis, que também pululam no consumo cultural."
Isso mostra que ele, já naquela época formulava teorias sobre esse verniz que cobre as pessoas, ao ponto de elas moldarem tudo o que está ao seu redor para parecerem melhores do que realmente são, ou pelo menos, para mostrarem o que os outros querem ver, será que isso não seria inapropriado? Pois ao passo que nós vivemos a nossa vida em função do que os outros pensam, que vida é essa? O que podemos exigir de nós mesmos se não passamos de fantoches dos cliches estilísticos da estética do "culturalmente rico"? Acredito que esse tema é algo para se pensar, refletir e discutir muito, pois somente iremos progredir se acabarmos com a banalização do "certo e errado", em se tratando de cultura e bem-estar.

Wednesday, October 13, 2004

Primeiramente eu gostaria de dizer que o post de hoje é meramente a expressão de uma opinião pessoal, o que não implica, de forma alguma, em julgamento sobre o que é certo ou errado dentro de uma sociedade.



Fato: nesses últimos dias, não sei dizer se ontem, segunda-feira ou no final de semana, duas mulheres foram condenadas a "MORTE POR APEDREJAMENTO EM PRAÇA PÚBLICA", condenadas por um tribunal reconhecido legalmente pelo Estado ao qual as citadas habitam. Não cabe a mim dizer se a pena a elas imposta era cabível ou não, mas o que me intrigou, e o que eu quero levantar em questão é: se elas foram condenadas por praticarem atos sexuais antes do casamento, tendo por base atos heterossexuais, por que os homens também não foram condenados ou punidos de alguma forma? - O jornal, cujo estava escrita a notícia, dizia que os parceiros delas foram inocentados por falta de provas. Absurdo, o fato delas terem tidos esses atos já implica numa reciprocidade, não há respaldo moral para uma afirmação de inocência neste caso. Uma atitude machista, absurda, desumana e totalmente regressiva no que diz respeito ao avanço dos direitos das mulheres no mundo como um todo.

Fica aí a minha crítica.

Tuesday, October 12, 2004

Frase do dia: "Vivemos em um mundo falso."

Sabem, meus caros leitores, eu tenho passado por momentos que me fazem pensar em que caminho estou, qual estrada estou trilhando, o que estou plantando, germinará?
Tenho tido muitas dúvidas com relação a assuntos de cunho pessoal, no mais alto nível de particularidade, no âmago do meu ser. É difícil pensar em coisas como essas, perguntar e responder para si próprio, eu até poderia conversar com algumas pessoas, mas todos tem opiniões muito distantes da minha realidade, acredito que a minha vida é muito complicada de se entender, todas as situações pelas quais eu passo, tudo o que eu tenho vivido, é como se fosse um emaranhado de, digamos, problemas que não possuem solução, são incógnitas abertas, sistemas lineares possíveis e indeterminados, e isso é o que me causa transtorno, toda essa irregularidade, tudo inconstante, perene, eu sinto como se eu tivesse perdido o controle sobre a minha vida, parece que eu me encontro em uma inércia cujo destino, o ponto final, eu desconheço, e isso me deixa mal, quem me conhece, ao menos um pouco, porque acredito que pouquíssimas pessoas podem dizer que realmente me conhecem, sabe que eu sempre levei a minha vida regrada com muito cuidade e rédeas curtas, controlando tudo ao meu redor, não deixando nada ao acaso, e hoje eu me encontro assim, sem saber o que fazer, ouvindo opiniões alheias, umas dizendo uma coisa, outros falando outra, uns dizem sim, outros não, faz algum tempo que eu já não sei mais o que é certo e o que é errado.

A única coisa que eu me pergunto por todo esse tempo é "por que eu?".
Ao inferno todos aqueles que disserem que isso pode ser bom.
Bom o escambal, bom é chocolate na minha boca. Chocolate na gondola do supermercado num é nada para mim. É nada. Nada.

Aquele que entende o que está escrito em baixo das palavras, entende. O que não entende, não preciso da sua audiência. Sem explicações.

Tuesday, October 05, 2004

Vou-lhes contar minha história com uma música,
sem compromisso, sem estar desassossegado,
ela veio e invadiu meus ouvidos,
a primeira vez foi ao lado de meu pai
ele, assistindo um show de algum tenor
a ilustre participação de Caetano fez-se sentir
a música tocou, ele a cantou
e em minha mente ficou,
Manhã de Carnaval, aqui estou...
outra vez, ouvi-a ao vivo
prazer se ouvisse novamente eu teria
com fortuna sentado ao lado do pianista
esperando o vibrar do ar melodicamente
perfeito
belo
eu seria feliz

Saturday, October 02, 2004

Nota importante:
"Uma barata dura 9s dentro de um forno de microondas, eu vi na TV, e é verdade"


Bom, hoje me sinto livre para escrever, dizer o que vier a minha mente, dizer o que eu disser, para os outros, cago aos montes!!!!
Eu tinha um professor que falava isso, alguém que eu não vou esquecer, Elói, grande professor de morfologia, aprendi bastante coisas com ele,

What do you get when you fall in love?

Outro dia, estava eu conversando com a minha amiga, Rafaela, lá do cursinho, digamos que ela é como o Chuc e eu, faz parte das pessoas que conseguem pontuar, estávamos falando da minha vontade de me tornar um mendigo nas ruas de Paris, já imaginou? - Eu, um mendigo em Paris!... Acordaria todos os dias às margens do Sena, pediria diariamente um croissant em algum café perto da Maison de la Radiò, dormiria nos campus da Sorbonne e ainda por cima, veria algumas aulas no College dù France, eu seria o mendigo mais culto daquele lugar, poliglota, um moderno dadaísta positivo, todos os dias eu iria a Là Tour Eiffel e apreciaria suas curvas de aço, passaria tardes e mais tardes sobre o Arco do Triunfu cantando MPB e discursando sobre Bonaparte, gritaria sobre o amor também, correria todos os dias nas calçadas da avenida dos Campos Elíseos, e quando estivesse com saudades, citaria Antonio Gonçalves Dias:

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que ainda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá

-- (Canção do Exílio)

Mas o que seria uma vida de mendigo, sendo um mendigo? Acredito que eu seria invisível, poucos reparariam em mim, alguns até pudessem me dar atenção, mas uma atenção pautada em pena e misericórdia, eu poderia até passar algumas noites geladas na casa de Deus, em Notre Dame. Pois então; se é invisível sendo um mendigo ou sendo ninguém? - o que é pior? Não ser reconhecido por ser um marginal à sociedade ou por não ter capacidade? - na minha opinião, a vida é mais injusta para os incapazes, às vezes o submundo das ruas é apenas um passo a mais aqueles infortunados que nunca se destacaram, acredito que a miséria na mendigagem seja algo desumano, mas levar uma vida medíocre, baseada na rotina e na alienação, deve ser pior, pois ao chegar no final dessa mesma, o que diremos a nós mesmos? - "o que eu fiz da minha vida?" - ou então - "algo mudou por minha causa?" - "eu fiz a diferença?" - e a pior pergunta de todas "alguém se lembrará de mim?" - acredito fielmente que a grande sacada da vida está em deixarmos nossa marca, não precisamos marcar o mundo, mas sim, uma vida, uma pessoa, alguma coisa, sempre que se ouvir uma história, ou ler algo, ou ver um feito, alguém pensar: "a pessoa que fez isso deve ter sido grande!", Fernando Pessoa, pobre durante toda a sua vida, desprezado em sua época, mas hoje, poucos anos, falando com relação à história, depois de sua morte, considerado um dos maiores escritores da língua portuguesa, sua vida valeu a pena? Seus feitos compensaram alguma coisa? De que adiantou? - a mesma coisa com Colombo, morreu miserável, eu poderia ficar aqui citando casos e mais casos, e que eu quero dizer é: o que a genfe faz vale a pena ser feito? Todos temos nossos planos, nossos desejos, nossos sonhos, a questão é, o nosso prazer está ligado a um cunho monetário ou apenas a satisfação pessoal? Quem é mais feliz, um executivo do mercado financeiro bem sucedido ou um professor do primário da rede pública de ensino, que vê o sorriso de uma criança quando consegue escrever sua primeira palavra? Claro, são coisas diferentes, a correlação não é positiva, mas também não é negativa, a resposta não existe. No final das contas, se o que importa é a satisfação pessoal, então afirmamos que os Pessoas e os Colombos não foram importantes, foram fúteis, pois as sementes que eles plantaram só germinaram depois de seus fins, seus legados só obtiveram reconhecimento depois, então se o que vale é o dinheiro, suas vidas não valeram de nada, ficassem eles com as suas descobertas e as jogassem no lixo.

Agora, parando para pensar sobre tudo isso descrito acima, concluo que a evolução humana é estruturada nas frustrações pessoais de grandes pessoas, por exemplo: talvez não saberíamos tanto quanto sabemos sobre radiação se aquele casal não tivesse morrido de câncer por ter estudado esse assunto tão afundo, e além do mais, nem precisam ser grandes pessoas, nossas cidades são erguidas sobre a dura pena da perda da vida de milhares de trabalhadores, cito agora outro exemplo, grandes túneis não contabilizados em milhões de dólares, mas sim, em quantos homens morrem em suas construções, homens comuns, pais de família cujos filhos crescerão órfãos em prol do encurtamento das distâncias e da otimização do tempo, tempo esse que tem se tornado cada vez mais curto, engraçado como algo constante pode se tornar tão variável, para mim, esse é o que eu chamo de Paradoxo da Modernidade, ao mesmo tempo que uma hora é uma hora, ela pode passar em um piscar de olhos como pode demorar uma eternidade, dependendo do que você faz nesse período de tempo, acho que para essa teoria, nem Hawking possui uma resposta.


Diante de tudo isso,
De todas estas indagações, respostas, conclusões, o único pensamento que vem a minha mente é uma citação do próprio Fernando Pessoa, que na minha opinião, já anteviu o que aconteceria com ele, cito:

“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”

Mantenham suas almas grandes.

Friday, October 01, 2004

Bem, em decorrência a alguns fatos ocorridos nesses últimos dias, eu só tenho uma coisa a dizer, copiando um colega de trabalho que usa esse jargão:

- - - EU PRA MIM, TO TRANQÜILO!!!


Mas bom,
deixando coisas irrelevantes de lado e falando algo importante
sabem, eu andei pensando bastante, e cheguei a conclusão de que eu preciso me expor mais, opinar mais, discutir mais, isso, tendo por ponto de partido um plano profissional, porque social eu acredito já ter esse tipo de comportamento,
uma forma de se destacar no mundo corporativo é essa, expor sua opinião, claro, ainda sou inexperiente no mundo das finanças, políticas, economia, mas se eu ler o jornal todo dia e ir formando um senso crítico, eu conseguirei fazer a diferença, e com certeza, o hiato entre ser bem sucedido e o sucesso está no destaque, alguém citar um assunto e você lembrar daquilo que fulano falou, isso é sucesso profissional, você ser reconhecido pela sua opinião, ser conhecido

e é isso aí pessoas,
o Less está a um passo de se tornar More!!!
beijos e abraços

Bem, em decorrência a alguns fatos ocorridos nesses últimos dias, eu só tenho uma coisa a dizer, copiando um colega de trabalho que usa esse jargão:

- - - EU PRA MIM, TO TRANQÜILO!!!


Mas bom,
deixando coisas irrelevantes de lado e falando algo importante
sabem, eu andei pensando bastante, e cheguei a conclusão de que eu preciso me expor mais, opinar mais, discutir mais, isso, tendo por ponto de partido um plano profissional, porque social eu acredito já ter esse tipo de comportamento,
uma forma de se destacar no mundo corporativo é essa, expor sua opinião, claro, ainda sou inexperiente no mundo das finanças, políticas, economia, mas se eu ler o jornal todo dia e ir formando um senso crítico, eu conseguirei fazer a diferença, e com certeza, o hiato entre ser bem sucedido e o sucesso está no destaque, alguém citar um assunto e você lembrar daquilo que fulano falou, isso é sucesso profissional, você ser reconhecido pela sua opinião, ser conhecido

e é isso aí pessoas,
o Less está a um passo de se tornar More!!!
beijos e abraços